Friday, April 20, 2007

Título Aleatório!

Hoje decidi finalmente falar um pouco sobre pelo menos um dos meus dois trabalhos! Vou começar então falando sobre o primeiro trampo que eu arranjei: um estágio no Smithsonian Center for Folklife and Cultural Heritage. Talvez algum dos lendários 2 ou 3 leitores lembrem que eu já estava falando disso antes de sair do Brasil. Pois é, acabou que consegui... apesar de não exatamente o que eu queria. VAMOS ELABORAR EM OUTRO PARÁGRAFO.

Eu mandei o meu application pra lá (depois de um longo processo tentando pegar meu histórico e recomendações e bla bla bla) querendo fazer um estágio em etnomusicologia. Depois de um tempo, recebo um e-mail de volta dizendo que tinha pelo menos uma pessoa interessada no meu estágio, e que eu tinha que ir lá para fazer uma entrevista... e aparentemente era o cara da tecnologia do centro. Ahm? Como assim? E o que aconteceu com a etnomusicologia?

Poucos dias depois, vou pela primeira vez para o lugar que virou minha 2a casa em Washington DC. Me encontro no andar de baixo com um cara baixinho e com a cara engraçada. O nome dele é Toby, e era o tal cara de tecnologia. Pegamos o elevador para o segundo andar, lar do meu lar, e lá começamos a conversar. Nesse ponto eu já estava "Ah, pouco me importa se for etnomusicologia ou o que seja, quero algo pra fazer", mas essa atitude logo foi suplantada por uma melhor. Como? Quando eu descubri que o meu chefe gosta de Melvins e The Boredoms e mais um milhão de coisas extremamente legais! Além disso, o nosso trabalho seria focado em um dos sites mais legais que eu conhecia, o Smithsonian Global Sound!

Pois é... depois disso as coisas só foram melhorando. Eu já sinto uma conexão muito forte com o Smithsonian Global Sound, me importo com o que está rolando nele, me orgulho com a sua beleza e me preocupo com os seus problemas. O Toby virou um dos meus melhores amigos aqui em DC, o que faz o dia de trabalho ser bem mais agradável.

Antes de entrar na descrição do meu trabalho mesmo, vou falar um pouco sobre o site. O Global Sound é um site feito primeiramente para disponibilizar todo o catálogo do velho selo Folkways na internet. O Folkways era um selo um tanto quanto estranho: começou com música folk americana e algumas bizarrices, e depois se espalhou e gravou tudo quanto é bizarrice imaginável. Timothy Leary falando muito doidão? Check! Horas e horas de barulhos de sapo? Check! Pop da indonésia? Check! Música eletrônica dos anos 50? Check! E mais importantemente (para mim)... as primeiras gravações tuvanas que sairam no oeste sairam pela Folkways. Bem, em 1986, quando o louco-mor e dono da Folkways Moses Asch morreu, começou uma disputa para ver quem ia comprar o selo. O problema é que ele tinha deixado bem claro uma condição para a compra do Folkways: quem comprasse teria que se compremeter a disponibilizar TODO o catálogo da Folkways o tempo todo. Bem, era algo extremamente difícil: a Folkways tem milhares de gravações, e boa parte é um tanto quanto especializada e de pouca atração (como, por exemplo, 10 LPs de palavras aleatórias em inglês). No fim, quem comprou o selo foi o Smithsonian, e resolveram o problema inicialmente com compilações em cassete que poderiam ser pedidas diretamente. Hoje em dia, se pode pedir um CD com as faixas e os liner notes de qualquer título que você quizer, e também há a opção de comprar as músicas no maravilhoso SMITHSONIAN GLOBAL SOUND!! TAN-RAN-RAN!!!

Além de disponibilizar os álbuns do Folkways e do Smithsonian Folkways, a gente também disponibiliza os outros selos que são associados ao Smithsonian Folkways (Monitor, Fast Folk, Paredon, etc...) e também alguns arquivos musicais que não tem nada haver com o Smithsonian Folkways (International Library of African Music, ARCE na Índia, e alguns outros estão sendo negociados). O site também conta com altos vídeos e features especiais sobre temas ou artistas que a gente escolhe. E outras coisas também, mas já estou com preguiça de escrever e ainda tem várias coisas que eu queria falar nesse post, então... AVANTE!

Bem! Vou falar um pouco sobre o que eu realmente faço. Acho que dá pra dividir a maioria do trabalho em algumas categorias básicas:
1) Trabalho com HTML, FTP e Photoshop
2) Vistoria/averiguação da database e dos arquivos.
3) Diversão woo-hoo
4) Coisas aleatórias como escanear capas de álbuns antigos, rippar CDs, ficar horas organizando trocentos vinis raros e lindos, etc...

Um dia comum de trabalho no Global Sound: Acordo lá pelas 8:50, escovo os dentes, troco de roupa, como 2 waffles, lavo a boca de novo, pego coisas pra levar pro almoço, e lá pras 9:15-9:25, tô saindo de casa para pegar o metrô. A estação fica aqui pertinho de casa, o que é bastante conveniente. Depois de uma viagem que leva uns 30 minutos, incluindo uma transferência de linha, eu chego na estação de metrô do trabalho. O prédio é literalmetne o prédio mais próximo da saída da estação, não tenho que atravessar a rua nem nada. Estou ficando de saco cheio então vou fazer ficar mais rápido. Chego no meu cubículo muito irado (pode parecer uma contradição, mas o cubículo é BEM irado hahaha), ligo meu PC e vou conversando com o Toby sobre as novidades e os trabalhos do dia. Em um dia comum, trabalho das 10 até meio dia e pouco, como meu almoço (ou esquentado no micro-ondas quando eu trago ou comprado num restaurante meio caro que fica no térreo), e volto ao trabalho até as 4:30-5:30.

Bem, vou falar um pouco sobre as melhores coisas do trampo. Primeiro, quase todo mundo no escritório é legal. Apesar de 90% das minhas interações serem com o Toby, pq a gente trabalha junto o dia todo, sempre conheço pessoas novas e interessantes e legais. Temos pessoas de todas as idades, desde um pouco mais novas que eu até anciões barbudos e sábios e de todos os cantos, indianos, indios, latinos, chineses, e até um barbudo brasileiro que tá sempre com algum livro estranho no bolso. Também acho justo mencionar a proporção alta de pessoas de sexo feminino jovens atraentes em comparação com a população total do escritório, que é certamente maior do que a média.

O trabalho em si também é, em sua maioria uma beleza. As coisas mais legais? Bem, a produção de features sobre temas ou artistas é muito legal. Nada como ver isso virar isso. Prestem atenção nos botõezinhos em baixo... Você perceberá, se clicar pra mudar a página, que os botões não se movem nem um pixel pra cima nem pra baixo. Isso, meus amigos, é mais difícil de fazer do que parece, quando você não usa uma interface fácil e mexe diretamente no código. A vantagem de ter um sistema feito do zero assim é que ele é extremamente moldável, e faz o que a gente quiser que faça! É uma beleza.

Outra parte extremamente divertida do trabalho que eu fiz último nessa última semana: programar scripts para mexer com muitos arquivos ao mesmo tempo. Mexer trocentos arquivos de uma pasta pra outra, renomear trocentos arquivos, e muitas outras coisas divertidas... e a parte mais divertida é que fazemos tudo desde o início, no SQL (programa de database), Excel e textpad, e aplicamos como um .bat, direto no DOS. Pode botar a interface bonitinha que você quiser: não há nada mais emocionante do que ver algo que você programou funcionando em DOS! É muito bom! Resultado final: um bando de imagens com nomes inconsistentes e em pastas avulsas foram parar em uma única pasta com um nome que mostra o álbum a que são associadas! SCORE! 1 para o Diogo 0 para qualquer força divina aleatória que realmente quizesse que as imagens permanecessem desorganizadas.

Bem, agora bateu a preguiça forte mesmo. No próximo escreve sobre meu outro trampo!

5 Comments:

Blogger R. said...

Cara, só faltou você mexer com comiczes também pra ser o REI GEEK OF ALL COSMOS
o_O

E ouch, numerinhos e letrinhas o.ô eu tenho medo, muito medo.

2:48 PM  
Blogger Danilo e o Fiel Hubert said...

Okei, tenho que confessar que, se alguém algum dia me mandasse imginar o trabalho perfeito para o Diogo, ele dificilmente seria tão perfeito quanto este do Smithsonian! Quer dizer, ficar mexendo com músicas bizarras de todos os tipos o dia inteiro? É basicamente uma grande parte do que o Diogo sempre passou seu tempo fazendo, só que agora tem gente PAGANDO ele para fazer isso! Claro que eu não sabia que ele era um programador extremal ao mesmo tempo, mas okei, det fucken lige meget.

Tillykke Diogo! É um trampo totalmente feroz que você arranjou aí.

5:32 AM  
Blogger Diacho said...

Ah! Mas esse é o meu estágio... nem sou pago por isso. Mas recebo créditos na UnB! O Toby até disse que ele gostaria de me contratar, mas eu tenho que voltar pra Brasília pra acabar UnB, e depois disso, quem sabe...

7:16 AM  
Blogger Danilo e o Fiel Hubert said...

Ah, bem, certo, mas mesmo assim, feroiz de qualquer jeito. É um bom trampo.

12:17 AM  
Blogger Unknown said...

Di, dá orgulho de ver como você é m cara suuuper!
Beijo

10:11 AM  

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